segunda-feira, 23 de março de 2009

Melancia na cabeça


E
stive procurando um assunto curioso para escrever, não precisei de muito. No site UOL, logo na primeira página uma manchete chamou a atenção: "Transexual espanhol anuncia gravidez". Chama a atenção, não?

A notícia refere-se a Rubén Noé, 25 anos. Ele que na verdade não é ele e sim ela, está gravido de gêmeos, namora com a espanhola Esperanza Ruiz de 43 anos. Ela que aparentemente é ela mesmo, já tem dois filhos, e agora ganhará mais dois.

A materia em si chama atenção pelo fato de ser uma situação pitoresca, porém no "pé da matéria" uma informação intriga ainda mais. Rubén Noé está negociando valores para dar duas entrevistas a veículos de comunicação do país. Ele alega querer publicidade no caso, quer ganhar dinheiro com isso. Afinal não é uma coisa comum.

E ai é que mora o problema. Depois que tiver os filhos, o que fará para ganhar sua "publicidade"? Certamente usará os gêmeos, que nada tem a ver com isso, para conseguir mais entrevistas, e assim acabará deixando de ser um caso pitoresco e será só mais um caso de pessoa que quer aparecer a qualquer custo.

No início da matéria ele alega felicidade com o fato, pois o mundo está mudando. E diz querer mais "visibilidade" aos transexuais. Parece querer lutar pela causa, fazer da gravidez um meio de protesto ao moralismo. Só que a situação não é tão simples assim.

Cobrando por entrevistas torna o caso comum. Cai na mesmiçe das pessoas que querem somente a fama, sem sacrifício por ela - não que a gravidez não seja um sacrifício - mas torna banal aquilo que poderia servir como fato encorajador para outras pessoas.

É facíl encontrar pessoas que se prestam a situações pitorescas para ganhar dinheiro. A primeira vista o publico gosta, acha graça. Mas depois cai no esquecimento, não atraí mais. Situações verdadeiras, humanas fazem com que as pessoas se indetifiquem de alguma maneira. Mas quando banalizadas, essas situações servem só para rir.

Veja por exemplo o programa do Ratinho. No início tinha graça, era uma programação diferente que nunca tinha sido feita antes. Depois do rato veio o Leão, que a primeira vista seguia uma linha mais jornalística - senacionalista, mas jornalística - depois foi para mesma linha do roedor. E juntos caíram no esquecimento. A mesma coisa que acontecerá com Rubén Noé.

Confira a matéria na íntegra clicando aqui.


Um comentário:

anninha disse...

"...foi para mesma linha do roedor"
hahahahahahaha! sensacional!
beijos meu jornalista preferido!