Livre Ex-pressão

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Sem medo

Qual a graça de viver sem riscos?
É ele quem faz descompassar, é ele quem faz arrepiar.
Arriscar, mudar, transformar.
E se a cara insistir em encontrar a parede,
Que se dane! Azar da parede.

Ela é estática não se move, diferente de nós.
Nós sim podemos dar a volta por ela.
Achar uma brecha, ultrapassar.
Arriscar o caminho riscando rotas alternativas.

Quem arrisca sofre, mas só quem sofre tem prazer.
Que as conseqüências dos riscos sejam sempre LUZ!!!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O lide

Será difícil fazer poesia? Será?
Será complicado expor,
Mais do que impor?
Será complicado falar brando,
Mais do que gritar?

E a cor? Monocromática
Tem espaço para o preto?
Se o branco é a cor da paz?
Se o azul é a cor do céu

E os versos? Soltos.
Se a estrofe é quem dita.
Se o parágrafo dá sentido
A palavra se perde?

As dúvidas movem.
A certeza é estagnação.
Não é?

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Analisando o romantismo

Não cabe a você analisar o que é o romantismo. O romantismo marcou época e ainda vive. Está em outro plano. Está na cena teatral, escrita para ser reproduzida com a emoção de quem está interpretando o papel de mocinho. Está na cara do trabalhador que senta no banco do ônibus, abre o jornal e lê as notícias em busca de um bom assunto para comentar com os amigos depois do expediente, na mesa do bar.

O romantismo está na espera da patroa para a janta em família. Está na corrida do filho para enlaçar com os braços, as pernas dos pais quando toca o sinal anunciando o fim da aula. Está no carinho da leitura, no sorriso que a musica traz à boca.

Ser romântico é também ser duro. É acreditar na ideologia, mesmo que todos sejam contra. Mesmo que a gota faça transbordar o copo que parecia apenas meio cheio. Ser romântico é ser cafona. E se ser cafona é ser brega salve Odair José!!! Salve o baião, salve o folclore, salve a vanguarda.

O romântico não tem medo de sorrir. Não tem medo de sonhar, pois os pesadelos não o assustam. Ser romântico é ser utópico. É ver com bons olhos as pessoas. É sentir o som e acreditar na vida.

O mal do romântico é se exceder. Mas, se extravasar também é ser romântico, logo, o romântico não tem mal nenhum. Ser romântico é viver o momento, acreditando que o futuro está limitado ao próximo passo. Ser romântico não é simplesmente amar, mas, SABER AMAR.

Ser romântico é perceber que o ponto final pode se tornar reticências.(..)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Ajuda aos candidatos

Eba, em pouco tempo teremos mais um show de humor na TV. A partir do dia 17 de agosto os candidatos estamparão suas carcaças no horário eleitoral gratuito. Os textos serão os mesmo de sempre e é fácil de saber pelo menos 80% dos eleitos só de vê-los na telinha. Os novatos sofrem mais! A pressão de saber que está sendo filmado é grande, para a maioria, maior até do que a responsabilidade de governar o país. Uma ajeitada no visual ajuda: cabelo, barba e bigode impecáveis. O terno é indispensável, um bom slogan ou até um jingle ajudam muito. A preocupação não pode ser somente com as propostas, afinal os telespectadores não reparam e não conseguem distinguir quem falou o quê.

No geral é fácil perceber quem se preparou ou foi preparado para gravar seus 30 segundos de fama. Camisas listradas (diretores de TV, e telespectadores com labirintite as odeiam), fantasias e maquiagem em excesso devem ser deixadas de lado. O melhor a fazer é se disfarçar como uma pessoa séria. Interessada em convencer o eleitor que sair de casa num domingo para ir votar, vale à pena. Uma lembrança: é imprescindível se empenhar em ter uma ótima dicção, já que o áudio captado é transmitido nos programas do rádio. Os números TRÊS e SEIS são os mais fáceis de serem confundidos por quem não está atento. Relaxar e manter a tranqüilidade são os melhores remédios para conter o suadouro. Nem pense em lençinhos, principalmente os de papel que podem deixar rastros na testa.

Aparecer com amigos ao seu lado pode ser uma boa, mas desde que seu acompanhante seja famoso. Mas famoso de verdade. Aquele cara que é conhecido no bairros/comunidades, não lhe trará voto. Pelo contrário, quem é muito popular em bairros/comunidades, em geral, também têm desafetos. Se for alguém da Globo, ótimo! RedeTV melhor ainda!!! Familiares devem ser deixados de fora. Se a pessoa aceitar aparecer do seu lado deve ser por espontânea vontade e ela deve ter o direito de poder dizer “não”.

Fale coisas simples, nada de palavras formais demais. Pense que o voto do “povão” é o que conta. Evite frases como: “Precisamos desfazer o imbróglio da Câmara”; “Reergueremos juntos a Democracia de nosso Brasil varonil”. Ser simples é a melhor saída, abuse dos clichês ou tente inovar, mas não muito. E lembre-se sempre, o eleitor tem memória fotográfica, se ele não gostar da sua postura, tchau!

Não grite, mantenha o tom de voz como o de uma conversa. A máxima de que os inteligentes falam sussurrando não funciona na TV e muito menos no rádio. Olhe para a câmera, não para quem está atrás dela. E o mais importante, PISQUE normalmente. Ao final da gravação continue olhando para a lente da câmera. Você não vai sair estático na TV, lembre-se que o vídeo é editado antes de ir ao ar. Ah, mais uma coisa, se errar volte do começo da frase. Editor é editor, não milagreiro.

Se estiver achando muito complicado, esqueça tudo. Faça como nos vídeos abaixo: USE A CRIATIVIDADE!!! Afinal adoramos rir!!!




segunda-feira, 26 de julho de 2010

Mano, valeu!

Faz muito tempo que não escrevo nada aqui. Estava com saudade e lá vai mais uma opinião fundamentada simplesmente por mim. Afinal de contas, aqui quem manda sou eu.



É inevitável falar de um assunto que mexeu muito comigo nestes últimos dias. Todos que me conhecem sabem o quão fanático eu sou pelo Sport Club Corinthians Paulista, meu time de coração, de alma. No último domingo acredito que senti todas as sensações possíveis em apenas 90 minutos.

Antes do jogo, o assunto falado por todos os corintianos e pela imprensa era só um: a despedida de Mano Menezes. Saiu como entrou, contra o Guarani. Como em seu primeiro jogo à frente do time, o Corinthians meteu 3 gols. Mas há diferenças também, no primeiro não tomamos nenhum, ontem, um. Mas isso pouco importa, já que a festa era regida por apenas um sentimento, agradecimento.

Sim, agradecer a tudo que o Mano fez por nosso time. Os mais críticos acham que ele não fez mais do que sua obrigação. Eu, apesar de crítico, acredito que ele fez mais do que isso. Ele resgatou algo que sempre caracterizou nosso time, a garra. A vontade de vencer.

Desde que me conheço por gente, nunca vi o Corinthians passar mais de um ano sem a famosa “crise”. Bastava o time perder dois jogos seguidos que a crise baixava no Parque São Jorge. E se a derrota custasse uma desclassificação da Libertadores? Era melhor não assistir a nenhum programa esportivo na TV por um bom tempo.

O que vi nos últimos dois anos e meio foi algo inexplicável. Mesmo o time perdendo um título que parecia ganho (Copa do Brasil em 2008), sendo desclassificado da Libertadores, o trabalho continuou. Lógico a torcida ficou triste, afinal todos sabem da nossa vontade, mas isso não gerou crise. Bastou um jogo para que o sentimento de redenção voltasse.

Acho que essa é a palavra correta, REDENÇÃO. Voltamos a nos render a um amor que é inexplicável. Que a maioria das torcidas dizem ter, mas nem de longe conseguem se igualar a nós. E acredito que o Mano também sentiu isso na pele, foi envolvido pela torcida, pelo amor incondicional e de graça que temos por aqueles que representam nossa garra do dia a dia dentro do campo. Afinal, basta olhar para nossa torcida tão marginalizada, que é fácil perceber que ali muitos estão gastando mais do que poderiam para ver o time jogar. Simplesmente por amor.

É inevitável sentir saudades de um profissional como o Mano. Ele respeitou o clube, respeitou os jogadores, respeitou a torcida. Fez com que nos sentíssemos orgulhosos em vestir o manto. Fez com que as conversas com os amigos sobre futebol fossem sempre a nosso favor. Fez com que os adversários nos temessem, nos respeitassem antes, durante e depois do jogo, fosse qual fosse o resultado da partida.

Por essas e outras que me sinto satisfeito e seguro ao dizer que o Mano foi o melhor técnico que vi no Corinthians nos meus 25 anos. Espero sim que ele um dia possa voltar, não para terminar o projeto que ele iniciou por aqui, mas para recomeçar.

Enquanto isso, desejo BOA SORTE ao Adilson. Tomara que tenha sucesso e saiba aproveitar a oportunidade de dirigir o maior clube do Brasil.



Agora chega de viuvez e
Vai CORINTHIANS!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Ritual da segunda

Segunda-feira deveria ser decretado o dia da preguiça. O dia que ninguém pode mandar ninguém fazer nada. As pessoas deveriam, neste dia, fazer o que quisessem e como quisessem. Sob pena de multa e até prisão, o patrão não poderia exigir empenho de seu funcionário.

A programação ideal para uma segunda começaria pela falta de hora para acordar. Assim, lá pelo meio dia seria um bom começo. Alguns desenhos antigos na televisão, não esses novos de japoneses com olhos de lanterna, mas aqueles como Pica Pau, Os Jetsons ou os Flinstones.

Depois, é claro alguns programas de esporte. Afinal uma das melhores coisas do final de semana é o futebol. Só depois dos desenhos e de ver todos os gols da maioria dos programas esportivos é que deveríamos sair da cama.

Colocar uma música. Música para segunda-feira, lógico não pode ser muito animada afinal é um dia chato. Então uma música muito animada estragaria a essência do dia. Também não pode ser muito triste, para não ficar deprimido e com vontade de se atirar novamente na cama e passar o dia inteiro lá, deitado.

É clichê, mas acredite, é uma ótima opção:



Ai sim, dar aquela espreguiçada, ir para o banheiro escovar os dentes. Jogar uma água no rosto, tomar um banho e colocar uma roupa comum. As chave do carro devem ficar na mesa. Segunda não é um bom dia para dirigir. É bom lembrar que segunda é segunda para TODOS, assim o trânsito está mais lento que o comum.

Ir andando é a melhor opção. Saia de casa sem destino, mas saia. Não fique trancado, interagir é a melhor opção para que o dia seja mais agradável. A não ser que você ganhe muito bem no trabalho, falte. Não se preocupe em ligar, em ficar desempregado. Seu patrão com certeza também odeia segunda-feira e quem sabe ele não está fazendo a mesma coisa que você?

Ande sem destino, va até a praia, até o parque. No caminho esqueça a dieta e pare em um restaurante, coma o que te deixa feliz no momento, não o que vai te deixar menos triste depois. Fique alguns minutos com você mesmo.

Ao voltar para casa leve um bom filme para noite, se quiser pegue também alguns doces, esses que são vendidos em locadoras, são ótimos. Quando chegar em casa jogue tudo na mesa, não se preocupe em guardar nada. Leia o jornal - estratégicamente deixe isso para o final da tarde para que nenhuma notícia ruim o abale logo pela manhã.

Mas não assista a segunda edição do jornal da região. O horário de fechamento é um pouco mais tarde e você pode ter alguma surpresa desagradável. Procure fazer alguma coisa que te dê prazer.

A noite, peça uma pizza. Coloque o filme e relaxe, a segunda está acabando. Depois do filme vá para o quarto. Coloque o pijama, apague as luzes e acenda a luminária. Leia pelo menos 2 capítulos de um livro. Feche o livro, se não tiver cabeceira na cama, deixe-o no chão mesmo. Vire para o lado e durma.

A partir disso você passará a odiar as terças!

Melancia na cabeça


E
stive procurando um assunto curioso para escrever, não precisei de muito. No site UOL, logo na primeira página uma manchete chamou a atenção: "Transexual espanhol anuncia gravidez". Chama a atenção, não?

A notícia refere-se a Rubén Noé, 25 anos. Ele que na verdade não é ele e sim ela, está gravido de gêmeos, namora com a espanhola Esperanza Ruiz de 43 anos. Ela que aparentemente é ela mesmo, já tem dois filhos, e agora ganhará mais dois.

A materia em si chama atenção pelo fato de ser uma situação pitoresca, porém no "pé da matéria" uma informação intriga ainda mais. Rubén Noé está negociando valores para dar duas entrevistas a veículos de comunicação do país. Ele alega querer publicidade no caso, quer ganhar dinheiro com isso. Afinal não é uma coisa comum.

E ai é que mora o problema. Depois que tiver os filhos, o que fará para ganhar sua "publicidade"? Certamente usará os gêmeos, que nada tem a ver com isso, para conseguir mais entrevistas, e assim acabará deixando de ser um caso pitoresco e será só mais um caso de pessoa que quer aparecer a qualquer custo.

No início da matéria ele alega felicidade com o fato, pois o mundo está mudando. E diz querer mais "visibilidade" aos transexuais. Parece querer lutar pela causa, fazer da gravidez um meio de protesto ao moralismo. Só que a situação não é tão simples assim.

Cobrando por entrevistas torna o caso comum. Cai na mesmiçe das pessoas que querem somente a fama, sem sacrifício por ela - não que a gravidez não seja um sacrifício - mas torna banal aquilo que poderia servir como fato encorajador para outras pessoas.

É facíl encontrar pessoas que se prestam a situações pitorescas para ganhar dinheiro. A primeira vista o publico gosta, acha graça. Mas depois cai no esquecimento, não atraí mais. Situações verdadeiras, humanas fazem com que as pessoas se indetifiquem de alguma maneira. Mas quando banalizadas, essas situações servem só para rir.

Veja por exemplo o programa do Ratinho. No início tinha graça, era uma programação diferente que nunca tinha sido feita antes. Depois do rato veio o Leão, que a primeira vista seguia uma linha mais jornalística - senacionalista, mas jornalística - depois foi para mesma linha do roedor. E juntos caíram no esquecimento. A mesma coisa que acontecerá com Rubén Noé.

Confira a matéria na íntegra clicando aqui.