segunda-feira, 23 de março de 2009

Ritual da segunda

Segunda-feira deveria ser decretado o dia da preguiça. O dia que ninguém pode mandar ninguém fazer nada. As pessoas deveriam, neste dia, fazer o que quisessem e como quisessem. Sob pena de multa e até prisão, o patrão não poderia exigir empenho de seu funcionário.

A programação ideal para uma segunda começaria pela falta de hora para acordar. Assim, lá pelo meio dia seria um bom começo. Alguns desenhos antigos na televisão, não esses novos de japoneses com olhos de lanterna, mas aqueles como Pica Pau, Os Jetsons ou os Flinstones.

Depois, é claro alguns programas de esporte. Afinal uma das melhores coisas do final de semana é o futebol. Só depois dos desenhos e de ver todos os gols da maioria dos programas esportivos é que deveríamos sair da cama.

Colocar uma música. Música para segunda-feira, lógico não pode ser muito animada afinal é um dia chato. Então uma música muito animada estragaria a essência do dia. Também não pode ser muito triste, para não ficar deprimido e com vontade de se atirar novamente na cama e passar o dia inteiro lá, deitado.

É clichê, mas acredite, é uma ótima opção:



Ai sim, dar aquela espreguiçada, ir para o banheiro escovar os dentes. Jogar uma água no rosto, tomar um banho e colocar uma roupa comum. As chave do carro devem ficar na mesa. Segunda não é um bom dia para dirigir. É bom lembrar que segunda é segunda para TODOS, assim o trânsito está mais lento que o comum.

Ir andando é a melhor opção. Saia de casa sem destino, mas saia. Não fique trancado, interagir é a melhor opção para que o dia seja mais agradável. A não ser que você ganhe muito bem no trabalho, falte. Não se preocupe em ligar, em ficar desempregado. Seu patrão com certeza também odeia segunda-feira e quem sabe ele não está fazendo a mesma coisa que você?

Ande sem destino, va até a praia, até o parque. No caminho esqueça a dieta e pare em um restaurante, coma o que te deixa feliz no momento, não o que vai te deixar menos triste depois. Fique alguns minutos com você mesmo.

Ao voltar para casa leve um bom filme para noite, se quiser pegue também alguns doces, esses que são vendidos em locadoras, são ótimos. Quando chegar em casa jogue tudo na mesa, não se preocupe em guardar nada. Leia o jornal - estratégicamente deixe isso para o final da tarde para que nenhuma notícia ruim o abale logo pela manhã.

Mas não assista a segunda edição do jornal da região. O horário de fechamento é um pouco mais tarde e você pode ter alguma surpresa desagradável. Procure fazer alguma coisa que te dê prazer.

A noite, peça uma pizza. Coloque o filme e relaxe, a segunda está acabando. Depois do filme vá para o quarto. Coloque o pijama, apague as luzes e acenda a luminária. Leia pelo menos 2 capítulos de um livro. Feche o livro, se não tiver cabeceira na cama, deixe-o no chão mesmo. Vire para o lado e durma.

A partir disso você passará a odiar as terças!

Melancia na cabeça


E
stive procurando um assunto curioso para escrever, não precisei de muito. No site UOL, logo na primeira página uma manchete chamou a atenção: "Transexual espanhol anuncia gravidez". Chama a atenção, não?

A notícia refere-se a Rubén Noé, 25 anos. Ele que na verdade não é ele e sim ela, está gravido de gêmeos, namora com a espanhola Esperanza Ruiz de 43 anos. Ela que aparentemente é ela mesmo, já tem dois filhos, e agora ganhará mais dois.

A materia em si chama atenção pelo fato de ser uma situação pitoresca, porém no "pé da matéria" uma informação intriga ainda mais. Rubén Noé está negociando valores para dar duas entrevistas a veículos de comunicação do país. Ele alega querer publicidade no caso, quer ganhar dinheiro com isso. Afinal não é uma coisa comum.

E ai é que mora o problema. Depois que tiver os filhos, o que fará para ganhar sua "publicidade"? Certamente usará os gêmeos, que nada tem a ver com isso, para conseguir mais entrevistas, e assim acabará deixando de ser um caso pitoresco e será só mais um caso de pessoa que quer aparecer a qualquer custo.

No início da matéria ele alega felicidade com o fato, pois o mundo está mudando. E diz querer mais "visibilidade" aos transexuais. Parece querer lutar pela causa, fazer da gravidez um meio de protesto ao moralismo. Só que a situação não é tão simples assim.

Cobrando por entrevistas torna o caso comum. Cai na mesmiçe das pessoas que querem somente a fama, sem sacrifício por ela - não que a gravidez não seja um sacrifício - mas torna banal aquilo que poderia servir como fato encorajador para outras pessoas.

É facíl encontrar pessoas que se prestam a situações pitorescas para ganhar dinheiro. A primeira vista o publico gosta, acha graça. Mas depois cai no esquecimento, não atraí mais. Situações verdadeiras, humanas fazem com que as pessoas se indetifiquem de alguma maneira. Mas quando banalizadas, essas situações servem só para rir.

Veja por exemplo o programa do Ratinho. No início tinha graça, era uma programação diferente que nunca tinha sido feita antes. Depois do rato veio o Leão, que a primeira vista seguia uma linha mais jornalística - senacionalista, mas jornalística - depois foi para mesma linha do roedor. E juntos caíram no esquecimento. A mesma coisa que acontecerá com Rubén Noé.

Confira a matéria na íntegra clicando aqui.


sexta-feira, 20 de março de 2009

CBJ, quem???

Já ouvi varios tipos de música. Desde Jovem Guarda, com Celly Campelo, Erasmo e Roberto Carlos até Rock and Roll, como Led Zeppelin e Metalica. Mas sempre gostei mesmo de música nacional.

Lembro que uma das bandas que mais ouvia, era a banda santista Charlie Brown Jr. Gostava do tipo de música, das mensagens das letras. O som despojado e descompromissado era bom para momentos de adrenalina em alta.




Clássicos empolgantes como "Não deixe o mar te engolir" e "Rubão", até as baladinhas mais tocadas nas rádios e conhecidas como "Proibida pra mim", "Zóio de lula" e "Quinta-feira" faziam parte do repertório musical das festas, reuniões, aquecimentos, rolês etc.



A banda vivia à sombra de outro grande grupo do Rock brasileiro. Quem não lembra dos Raimundos? Com shows sempre empolgantes, músicas que reuniam um mixto do som nordestino com irreverencia e guitarras distorcidas como todo bom rock and roll deve ter.



Depois de um tempo, de muita doidera o vocalista resolve se tornar evangélico, deixando o posto da grande banda do cenário Rock'n roll para o CBJ. Eles - os Raimundos - tentaram continuar mas não com o mesmo brilho. Assim, todas as atenções foram voltadas para a banda santista que, cada vez mais, ia conquistando novos fãs.

Shows sempre lotados, sucesso nas rádios, na venda de discos. Ganharam inumeros prêmios: Melhor clipe, Melhor Banda, Melhor Show.... Todos, de todas as idades já tinham ao menos ouvir falar do Charlie Brown Jr.

Com o passar do tempo a banda começou a ficar repetitiva. Sempre falando de questões que envolviam pobreza, malandragem e mulheres. As composições eram parecidas. Chegaram a lançar duas ou três musicas com a mesma base e harmonia. As rádios já não tocavam tanto suas musicas. A expectativa dos fãs sobre um novo CD ou um novo video clipe já não era tão grande.

Mudaram a formação da banda. O único que permaneceu foi o vocalista. Não entrarei na questão que motivou a diluição da banda, mas foi coisa estranha. Se denominavam "A" famíla CBJ , mas pareciam mais rivais, inimigos quando se separaram.

Estes dias andei ouvindo o terceiro disco da banda, Nadando com os tubarões. Eles realmente eram bons, tinham um futuro promissor. Sabiam te colocar para cima. Falavam de problemas sociais, mas com sarro, com desdém.


3º Disco - Nadando com os tubarões

Fiquei empolgado e resolvi: vou assistir novamente a um show deles! Entrei no site da banda. Descobri que eles não tem mais um, está em construção. Agora como contato têm um blog, acessei para saber quando teria um show da banda por aqui ou até mesmo na capital. Descobri que a ultima atualização da agenda foi em Fevereiro, mês passado.

Como pode uma banda que já esteve no topo das paradas cair no esquecimento dessa maneira? Aos poucos, como se nunca tivessem existido? Perguntei para alguns garotos mais novos de 12, 13 anos, qual banda eles mais gostavam. Na lata responderam NX ZERO. Perguntei se conheciam Charlie Brown Jr, disseram que sim mas com um olhar distante, de como quem tenta se lembrar de uma musica e não consegue.

Logo pedi para eles cantarem uma música, disseram que não lembravam. Nada contra essas novas bandas como Fresno, NX Zero e Strike. É a nova geração chegando. Assim como quando Charlie Brown Jr, O Rappa, Raimundos, CPM 22 chegaram já existiam Os Paralamas do Sucesso, Skank, Titãs entre outros.

O que importa, na verdade é que se for para trilhar um caminho ao sucesso, pensem primeiro que estão assumindo compromissos com pessoas. Anonimos, fãs que sempre vão querer saber por onde anda aqueles que marcaram suas vidas.


quinta-feira, 19 de março de 2009

Voltamos!!!!

Fazia tempo que não passava aqui. Estive ocupado, um pouco esquecido também é verdade. Mas voltei. Voltei com o Fenômeno. E como esse assunto tomou conta da mídia de todo o mundo, quem sou eu para não acompanhar a maré?

Tá certo, ele merece tudo isso. Um cara que no futebol conquistou tudo como títulos, fama, dinheiro, visibilidade MUNDIAL, e ainda assim tem a força de vontade para superar três contusões seríssimas. Fato que qualquer outro jogador, que ainda está lutando por um lugar ao sol, não faria.

Ele realmente é Fenomenal. Humilde nas palavras, cativante nos gestos. E me limito a falar das suas atitudes dentro de campo, dentro do mundo do futebol. Chega dessa papagaiada de seguir o cara, ver com quem ele está saindo, o que bebeu, há que horas chegou.

Já fez tanta coisa para nós, nos mostrou tanto esforço que merece um pouco mais de respeito. Merece ter mais carinho. Suas convulções, precisam ser melhor explicadas. Isso sim. Mas é assunto para outro momento. Agora o momento é de FESTA.

Quando a notícia se espalhou no dia 12 de dezembro, pensei que fosse mentira. Que aquilo era uma bricadeira de mal gosto. Afinal o Corinthians tinha acabado de subir da segunda divisão do campeonato nacional. A diretoria parecia estar fazendo um bom trabalho, mas não era para tanto. Trazer O cara? Ele, o maior artilheiro das Copas? O jogador que ganhou três vezes o prêmio de Melhor do Mundo pela FIFA? Sendo que em uma delas foi eleito com apenas 20 anos?

Não!

Só podia ser brincadeira. Mas não era. Era FESTA, era emoção, era explosão da Fiel. Para falar a verdade, a torcida merecia. Não haveria presente melhor. E aos fãs do futebol também. Todos querem vê-lo, querem ver seus gols, seu sorriso característico.

Primeiros dias de Janeiro. As notícias sobre seu condicionamento físico empolgam. Aos críticos sensacionalistas restava falar de assuntos particulares. Notícias que ele deve guardar para um dia, deixar a humildade de lado e falar: "Fiz tudo isso, mas ainda assim EU SOU O CARA".

Chega o dia do primeiro jogo. Muita expectativa para que ele estreiasse no clássico com mais rivalidade no Estado, mas não. Estreiou contra um time pequeno mas expressivo, o Itumbiara. Campeão Goiano de 2008. O time de seu ex companheiro de seleção Denílson. Do artilheiro da série B, Túlio Maravilha. Não fez gol, mas arrancou lágrimas de muitos.

Ai sim, o clássico. Um a zero para o rival, 47 minutos do segundo tempo. Parecia coisa de filme. Cenário ideal para um roteirista ganhar o Óscar. Escanteio, cruzamento, alvoroço na área. A bola, que não é boba, procura aquele que a trata com jeito. Passa flutuando por cima de todos os outros jogadores e toca a cabeça do Fenômeno, muda sua trajetória e pára dentro do gol.

A narração mais sensacional que já ouvi na vida, explica melhor a emoção de todos naquele momento:



Pois é... Senhoras e Senhores, fãs do belo futebol arte. Fãs dos gols fenômenais. Ele voltou.

E para você ver como são as coisas, não citei nenhuma vez o nome dele no texto, mas duvido que você não saiba de quem eu estou falando.